quarta-feira, 19 de maio de 2010

O ZELADOR DA FONTE

Compartilhar

Somo aos que respeito e admiro essa agradecida homenagem de oferecer esse reflexivo texto a Clay And Soul, Caetano Silva, o responsável pela identidade visual do projeto "Amar é Dança " que, com sensibilidade artística e talento, tem enriquecido e ampliado profissionalmente as possibilidades de visibilidade  e inserção social ética e cidadã dessa experiência em Arte Educação desenvolvida na Comunidade da Maré no Rio de Janeiro.

É importante destacar que Caetano Silva tem atuado como párticipe dessa proposta sócio-educacional e artística de maneira voluntária e unindo seus recursos aos da Coordenação do Projeto vem construindo com sensibilidade artística e profissionalismo a identidade visual  do "Amar é Dança" visando a apresentação, divulgação e a promoção do projeto na busca por parcerias sociais efetivas que ajudem ampliar as possibilidades do mesmo

A você que frequenta ou está de passagem por esse link de possibilidades reflexivas dedico esse texto na especial, sensível e artística pessoa de Caetano Silva - Designer Visual e Assessor de Imprensa  do projeto "Amar é Dança - O corpo em movimento exercitando a cidadania"...

Conta uma lenda austríaca que em determinado povoado havia um pacato habitante da floresta que foi contratado pelo conselho municipal para cuidar das piscinas que guarneciam a fonte de água da comunidade.

O cavalheiro com silenciosa regularidade, inspecionava as colinas, retirava folhas e galhos secos, limpava o limo que poderia contaminar o fluxo da corrente de água fresca.

Ninguém lhe observava as longas horas de caminhada ao redor das colinas, nem o esforço para a retirada de entulhos.

Aos poucos, o povoado começou a atrair turistas. Cisnes graciosos passaram a nadar pela água cristalina.

Rodas d´água de várias empresas da região começaram a girar dia e noite.

As plantações eram naturalmente irrigadas, a paisagem vista dos restaurantes era de uma beleza extraordinária.

Os anos foram passando. Certo dia, o conselho da cidade se reuniu, como fazia semestralmente.

Um dos membros do conselho resolveu inspecionar o orçamento e colocou os olhos no salário pago ao zelador da fonte.

De imediato, alertou aos demais e fez um longo discurso a respeito de como aquele velho estava sendo pago há anos, pela cidade.

E para quê? O que é que ele fazia, afinal? Era um estranho guarda da reserva florestal, sem utilidade alguma.

Seu discurso a todos convenceu. O conselho municipal dispensou o trabalho do zelador.

Nas semanas seguintes, nada de novo. Mas no outono, as árvores começaram a perder as folhas.

Pequenos galhos caíam nas piscinas formadas pelas nascentes.

Certa tarde, alguém notou uma coloração meio amarelada na fonte.

Dois dias depois, a água estava escura.

Mais uma semana e uma película de lodo cobria toda a superfície ao longo das margens.

O mau cheiro começou a ser exalado. Os cisnes emigraram para outras bandas. As rodas d´água começaram a girar lentamente, depois pararam.

Os turistas abandonaram o local. A enfermidade chegou ao povoado.

O conselho municipal tornou a se reunir, em sessão extraordinária e reconheceu o erro grosseiro cometido.

Imediatamente, tratou de novamente contratar o zelador da fonte.

Algumas semanas depois, as águas do autêntico rio da vida começaram a clarear. As rodas d´água voltaram a funcionar.

Voltaram os cisnes e a vida foi retomando seu curso.

Assim como o conselho municipal da pequena cidade, somos muitos de nós que não consideramos determinados servidores.

Aqueles que se desdobram todos os dias para que o pão chegue à nossa mesa, o mercado tenha as prateleiras abarrotadas.

Que os corredores do hospital e da escola se mantenham limpos.

Há quem limpe as ruas, recolha o lixo, dirija o ônibus, abra os portões da empresa.

Servidores anônimos. Quase sempre passamos por eles sem vê-los.

Mas, sem seu trabalho o nosso não poderia ser realizado ou a vida seria inviável.

O mundo é uma gigantesca empresa, onde cada um tem uma tarefa específica, mas indispensável.

Se alguém não executar o seu papel, o todo perecerá.

Dependemos uns dos outros. Para viver, para trabalhar, para sermos felizes!



AJUDE A DIVULGAR 
10/10/2010
DESLIGUE SUA TV

Um comentário:

  1. "Stay by me"
    Pena que a maioria das pessoas não preste atenção na letra.

    ResponderExcluir

Deixe seu comentário. Ele é imprescindível para a dinamização desse espaço. Grato pela sua visita!

DOAÇÃO

A TEMPESTADE ESTÁ SOBRE NÓS: Você está assistindo a um filme com roteiro

  Às vezes você deve caminhar pela escuridão antes de ver a luz!  É somente no precipício [momento da destruição] que as pessoas encontrarão...