FORMANDO CIDADÃOS OU APENAS MÃO DE OBRA?

O artigo da Mestra em Educação Daniele Cruz "A Escola formará cidadãos ou apenas mão de obra?" na 63ª edição do Jornal da APPAI Educar promove uma reflexão imprescindível para os educadores brasileiros no início do ano letivo que será o último da primeira década do novo milênio. 

Que caminhos está buscando a sociedade de maneira geral e os co-protagonistas do processo educacional (educadores) em particular para formar cidadãos integrados no sentido pleno da palavra em contrapartida a formar seres autômatos destinados ao trabalho sob a escusa de formar seres "produtivos" para esse mercado; cidadãos conscientes de suas potencialidades múltiplas no campo da expressão e da atuação no
contexto mais amplo da sociedade a partir de referenciais educacionais que os levem a atitude crítica participativa, capaz de transformar e construir uma sociedade mais coerente fundamentada na dignidade e na ética tão fora de moda nos tempos atuais.

Caminhos há e com certeza passa pela atualização profissional, tanto impulsionada pelo desejo individual do profissional de educação de expandir os limites de sua atuação e compreensão da contemporaneidade, quanto pelo repensar das atuais políticas educacionais públicas e rumos pedagógicos no limiar desse novo milênio.

Mão há mais espaço para lamentações e tempo para ficar apontando culpados nesse processo. A vida em sociedade é resultado de uma construção coletiva e não há culpados e não culpados e sim aprendizes de um dinâmico processo. Portanto devemos arregaçar as mangas e trabalhar, tanto no plano da individualidade, quanto no plano da coletividade, para desconstruir o construído em bases frágeis e reconstruir o novo em bases sólidas fundamentadas no poder do espírito comunitário para a afirmação de uma cidadania.

E que essa desconstrução seja suave e não caótica. Que seja paciente e sábia para que o novo possa ser construído com mais prazer e alegria na essência de Ser Humano.