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Na ânsia
artística de ser “contemplado” e na ânsia social de somar; já tentei três vezes uma vaga no Big Brother Brasil.
Minha
trajetória profissional e minha história de vida acabaram se tornando
parcialmente pública na web; já que nos anos que me inscrevi a dinamização da
seleção dos participantes do reality pela internet ganhava força.
A princípio o
objetivo maior era dar visibilidade ao projeto sócio-cultural e artístico que
desenvolvo na comunidade onde nasci e cresci, a Maré.
Acreditava eu,
naquele então, que a “arriscada” exposição na mídia, conduzida com coerência
ética e moral, poderia render apoios e parcerias que me ajudariam a ampliar
ainda mais e multiplicar o trabalho em arte educação que venho desenvolvendo na
minha comunidade; oferecendo a sociedade resultados mais amplos e efetivos dessa
experiência de afirmação da identidade e da cidadania através da arte e da
educação.
Nessas cinco tentativas tive a oportunidade de conhecer, através do processo de seleção, milhares de outros candidatos que tentavam uma vaga na mansão mais famosa do
país, como é conhecida a casa onde ficam confinados e expostos à análise
comportamental pública - os candidatos a Big Brother.
Confesso que
as histórias dessas cinco tentativas são muitas e resultaria um livro
relatá-las. De amizades maravilhosas estabelecidas com outros candidatos a calúnias e difamações sofridas; aconteceu de tudo na “guerra” pela sonhada
vaga.
Fazer o quê?
Quem está na chuva é para se molhar.
No auge do
egoísmo de querer fazer a diferença não pensei nas conseqüências da exposição
na mídia, principalmente para a minha humilde família que certamente teria tido a rotina transformada em uma loucura caso eu tivesse sido selecionado em uma dessas
edições que tentei participar.
Em 2009 o projeto social que desenvolvo na comunidade foi selecionado por uma comissão
formada pela OEI (Organização dos Estados Iberoamericanos), MEC (Ministério de
Educação) e Minc (Ministério da Cultura) para representar o Brasil no Congresso
Iberoamericano e Caribenho de Arte Educação na Cidade do México em outubro próximo.
Com isso, o
maior estímulo / motivo para o meu interesse em participar do BBB perdia a
força; já que eu "estava conseguindo" dar visibilidade ao trabalho que desenvolvo
na Maré.
A visibilidade
buscada não estava sendo rápida como seria ficar exposto na mídia através do
reality show mais famoso do país, mas está sendo tão digna quanto participar do
Big Brother Brasil e por isso não tentei mais a vaga na mansão em 2010.
Hoje com 44
anos se torna quase impossível (Eu disse quase!) merecer uma vaga na mansão,
mas como minha natureza é somar socialmente, gostaria humildemente de propor
uma possibilidade diferente à produção do reality para a 11ª edição do
programa.
Fiquei
imaginando se em um "delírio" de coerência ética e moral em nossa sociedade, a
maior emissora do país faria algo realmente revolucionário para promover a
reflexão coletiva sobre a necessidade de se repensar a reconstrução de nossa
sociedade a partir de valores éticos e morais de elevada transcendência; principalmente
levando-se em conta a degradação social a que estamos chegando.
O que seria
esse algo revolucionário?
Que dentre os
belos e belas, excêntricos e excêntricas, polêmicos e polêmicas selecionados
para o Big Brother Brasil 11 todos tivessem uma “detalhe” em comum: estivessem liderando um
projeto social em uma das regiões do nosso país.
Nas edições
que participei conheci centenas de “candidatos” com perfis sensacionais que se
encaixam nas necessidades “midiáticas” da emissora que possuem esse denominador
comum: são “atores sociais” dinâmicos e ativos na transformação da realidade social.
Imaginem o
sucesso de audiência que teria uma mansão do Big Brother lotada de “atores
sociais” ( belos e belas, excêntricos e excêntricas, polêmicos e polêmicas )
representando as diferentes regiões do país disputando um prêmio que vai ajudar a transformar não só a vida do vencedor
como a de centenas e até milhares de pessoas que são atendidas pela iniciativa
social que eles desenvolvem.
Quando sonhava
em merecer sentar na cadeira elétrica do BBB nas edições que participei era com
esse objetivo: sugerir essa possibilidade ao Big Boss.
Cheguei a
tentar enviar para emissora um projeto de reality show (Um Ator Social) nos
moldes do BBB com o objetivo de premiar e incentivar aqueles que no anonimato
trabalhando com ética e dignidade pela afirmação da cidadania no nosso sofrido
país. Mas não era o momento.
Há quem vá
pensar e dizer: Ah! Coitado! Está querendo de qualquer jeito entrar no BBB.
Ledo engano!
Muito
mais gratificante do que ficar milionário seria assistir do conforto do meu lar os encontros
e desencontros, as emoções e os anseios, os vacilos e os acertos; as experiências singulares de vidas;enfim, toda a
dinâmica de um programa rico em possibilidades que certamente revolucionará o
papel “social” dos reality shows, se é que existe algum.
Essa é a humilde sugestão de Um Ator Social.
Fazer o quê se
minha natureza é essa?
Acreditar na
essência de Ser Humano.
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