quarta-feira, 25 de agosto de 2010

BIG BROTHER BRASIL 11: A HUMILDE SUGESTÃO DE UM ATOR SOCIAL

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 Na ânsia artística de ser “contemplado” e na ânsia social de somar; já tentei três vezes uma vaga no Big Brother Brasil.
Minha trajetória profissional e minha história de vida acabaram se tornando parcialmente pública na web; já que nos anos que me inscrevi a dinamização da seleção dos participantes do reality pela internet ganhava força.
A princípio o objetivo maior era dar visibilidade ao projeto sócio-cultural e artístico que desenvolvo na comunidade onde nasci e cresci, a Maré.
Acreditava eu, naquele então, que a “arriscada” exposição na mídia, conduzida com coerência ética e moral, poderia render apoios e parcerias que me ajudariam a ampliar ainda mais e multiplicar o trabalho em arte educação que venho desenvolvendo na minha comunidade; oferecendo a sociedade resultados mais amplos e efetivos dessa experiência de afirmação da identidade e da cidadania através da arte e da educação.
Nessas cinco tentativas tive a oportunidade de conhecer, através do processo de seleção, milhares de outros candidatos que tentavam uma vaga na mansão mais famosa do país, como é conhecida a casa onde ficam confinados e expostos à análise comportamental pública - os candidatos a  Big Brother.
Confesso que as histórias dessas cinco tentativas são muitas e resultaria um livro relatá-las. De amizades maravilhosas estabelecidas com outros candidatos a calúnias e difamações sofridas; aconteceu de tudo na “guerra” pela sonhada vaga.
Fazer o quê? Quem está na chuva é para se molhar.
No auge do egoísmo de querer fazer a diferença não pensei nas conseqüências da exposição na mídia, principalmente para a minha humilde família que certamente teria tido a rotina transformada em uma loucura caso eu tivesse sido selecionado em uma dessas edições que tentei participar.
Em 2009 o projeto social que desenvolvo na comunidade foi selecionado por uma comissão formada pela OEI (Organização dos Estados Iberoamericanos), MEC (Ministério de Educação) e Minc (Ministério da Cultura) para representar o Brasil no Congresso Iberoamericano e Caribenho de Arte Educação na Cidade do México em outubro próximo.
Com isso, o maior estímulo / motivo para o meu interesse em participar do BBB perdia a força; já que eu "estava conseguindo" dar visibilidade ao trabalho que desenvolvo na Maré.
A visibilidade buscada não estava sendo rápida como seria ficar exposto na mídia através do reality show mais famoso do país, mas está sendo tão digna quanto participar do Big Brother Brasil e por isso não tentei mais a vaga na mansão em 2010.
Hoje com 44 anos se torna quase impossível (Eu disse quase!) merecer uma vaga na mansão, mas como minha natureza é somar socialmente, gostaria humildemente de propor uma possibilidade diferente à produção do reality para a 11ª edição do programa.
Fiquei imaginando se em um "delírio" de coerência ética e moral em nossa sociedade, a maior emissora do país faria algo realmente revolucionário para promover a reflexão coletiva sobre a necessidade de se repensar a reconstrução de nossa sociedade a partir de valores éticos e morais de elevada transcendência; principalmente levando-se em conta a degradação social a que estamos chegando.
O que seria esse algo revolucionário?
Que dentre os belos e belas, excêntricos e excêntricas, polêmicos e polêmicas selecionados para o Big Brother Brasil 11 todos tivessem uma “detalhe” em comum: estivessem liderando um projeto social em uma das regiões do nosso país.
Nas edições que participei conheci centenas de “candidatos” com perfis sensacionais que se encaixam nas necessidades “midiáticas” da emissora que possuem esse denominador comum: são “atores sociais” dinâmicos e ativos na transformação da realidade social.
Imaginem o sucesso de audiência que teria uma mansão do Big Brother lotada de “atores sociais” ( belos e belas, excêntricos e excêntricas, polêmicos e polêmicas )  representando as diferentes regiões do país disputando um prêmio que vai ajudar a transformar não só a vida do vencedor como a de centenas e até milhares de pessoas que são atendidas pela iniciativa social que eles desenvolvem.
Quando sonhava em merecer sentar na cadeira elétrica do BBB nas edições que participei era com esse objetivo: sugerir essa possibilidade ao Big Boss.
Cheguei a tentar enviar para emissora um projeto de reality show (Um Ator Social) nos moldes do BBB com o objetivo de premiar e incentivar aqueles que no anonimato trabalhando com ética e dignidade pela afirmação da cidadania no nosso sofrido país. Mas não era o momento.
Há quem vá pensar e dizer: Ah! Coitado! Está querendo de qualquer jeito entrar no BBB.
Ledo engano!
Muito mais gratificante do que ficar milionário seria assistir do conforto do meu lar os encontros e desencontros, as emoções e os anseios, os vacilos e os acertos; as experiências singulares de vidas;enfim, toda a dinâmica de um programa rico em possibilidades que certamente revolucionará o papel “social” dos reality shows, se é que existe algum. Essa é a humilde sugestão de Um Ator Social.
Fazer o quê se minha natureza é essa?
Acreditar na essência de Ser Humano.

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