segunda-feira, 5 de julho de 2010

CYBERATIVISMO: JULIAN ASSANGE

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Um site comandado por um misterioso australiano de cabelos revoltos, idade estimada em 39 anos e tom de voz comedido, tem feito um barulho ensurdecedor na comunidade internacional, ao colocar no ar vídeos e documentos confidenciais que põem em maus lençóis poderosos governos e grandes corporações. O site é o WikiLeaks e seu mentor é Julian Assange, que atribuiu para si a missão de vazar informações secretas na tentativa de “abrir governos”. Com isso, Assange, que não tem residência fixa e divulga muito pouco sobre sua vida pessoal, já amealhou desafetos da estatura do governo americano.
A pendenga com a Casa Branca teve seu ápice justamente no vídeo do WikiLeaks de maior audiência, publicado em abril deste ano. Foi por meio dele que o mundo assistiu a um helicóptero do Exército americano disparar contra (assassinar) civis nas ruas de Bagdá. Entre os 12 mortos da  tragédia (matança), ocorrida em 2007, estavam um fotógrafo e um otorista da agência de notícias Reuters. Empresas como o jornal “The Washington Post” tiveram acesso ao material, mas não puderam publicá-lo por restrições da lei de imprensa americana. Assange promete divulgar um novo vídeo em breve, sobre um ataque do Exército mericano no Afeganistão que teria matado 140 civis, mais da metade deles crianças, em maio de 2009.

Por conta do anonimato, o WikiLeaks, mantido por doações de ativistas, publica o material à revelia de legislações locais e tem servidores espalhados pelo mundo – assim não é possível rastrear a fonte das informações, nem tirar o conteúdo do ar. Com isso, arregimenta audiêencias impressioanntes. No primeiro dia em que o vídeo sobre Badgá foi ao ar, teve 2,5 milhões de acessos no YouTube, além de ter sido reproduido em centenas de agências de notícias. Para Flávio de oliveira, da Fundação escola de Socialogia e Política de São Paulo, o sucesso do WikiLeaks é resultado de uma tendência qque se desenha desde os anos 1990. “Com a internet, as mídias tradicionais tiveram seu monopólio quebrado. Isso deu poder a pessoas sem que elas precisassem estar dentro de uma organização”, afirma.

Verônica Mambrini, Revista Época n° 2121, 07 de julho de 2010, pág. 66

Nota: As palavras riscadas são as originais utilizadas pela Revista Época para minimizar  real natureza do crime cometido e denunciado. Acrescentamos as palavras que consideramos mais adequadas à situação expressa no texto. Para assistir ao vídeo Collateral Murder, clique aqui.

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10/10/2010
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