Mais uma operação policial na Comunidade da Maré traz à tona o problema das políticas de segurança pública destinadas às populações mais pobres.
"A Polícia Civil do Rio de Janeiro fez neste domingo uma varredura no Complexo da Maré, bairro que reúne várias favelas na Zona Norte da cidade. Com pelo menos 250 efetivos, a polícia chegou ao local por volta de 6h e foi alvo de intensos tiroteios. Seis pessoas morreram – cinco supostos traficantes e uma pessoa ainda não identificada – e duas foram presas. Entre os mortos está o traficante Alessandro Francelino dos Santos, o Pitoco. Ele era acusado de ser o assassino de André Alexandre Azevedo, o André Az, repórter fotográfico do jornal "O Dia", morto em fevereiro do ano passado, numa tentativa de assalto na Avenida Brasil". (Sabrina Lorenzi, iG Rio de Janeiro | 02/05/2010 12:15)
Caminhando para ser a quinta economia mundial, exemplo de riqueza e cidadania em outros países, o Brasil é paradoxalmente também um dos mais pobres do mundo. A ineficácia das políticas públicas de segurança se reflete em altos índices de violência e morte. E figurando nesses índices lamentáveis do descaso público aparecem entre os quase seis mil mortos por ano em homicídios no país os homens jovens, negros e "favelados".
Qualquer ser pensante sabe que se houvesse um Estado eficaz a realidade seria outra e quem vive nas favelas sabe que existe uma estreita relação entre os grupos armados e a polícia. Uma reformulação na polícia é imprescindível uma vez que a corrupção é parte do enorme problema. A favela é espaço para o comércio da droga, mas políticas efetivas de combate em instâncias maiores para o controle da circulação das drogas nas fronteiras é insignificante frente ao estardalhaço que governo e mídia fazem quando operações desse gênero são realizadas nas favelas onde vivem os excluídos que o Estado parece ter entregue à própria sorte.
E como se não bastasse o descaso e a ineficácia das políticas públicas, a população das comunidades de baixa renda ainda têm que enfrentar o inimigo número um da pobreza no Brasil, a Mídia que, enfatizando a criminalização nas favelas, legitima as atrocidades cometidas contra a população ao destacar sempre a versão "oficial" dos policiais reforçando o preconceito e negando o diretito de fala dos moradores que têm suas denúncias de irregularidades na ação policial catalogadas como "sem procedência". Reforçando o esteriótipo de que todo morador da favela é envolvido com o narcotráfico, a mídia sutil e covardemente desqualifica o discurso dos moradores dessas comunidades quando estes tentam se manifestar.
A polícia afirma que cinco dos mortos tinham envolvimento com o tráfico de drogas e oa sexta vítima ainda não se sabe os motivos da morte. Com certeza não morreu de felicidade com a operação um dia depois do dia do trabalho! Quem irá discordar da versão oficial?
Esperemos a próxima operação em favelas do Rio e os números de vítimas que nos levam aceleradamente para o topo do Ranking da violência no mundo. Ainda mais com a necessidade urgente de mostrar serviço à opinião pública internacional em polvorosa com a Copa do Mundo e as Olimpíadas no país do carnaval. Yes nós temos banana de dinamites para dar e vender!
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10/10/2010
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